Tempo de escola!
Hoje quero partilhar com vocês um pouco da minha vivência como aluna da educação básica. Diferente da maioria das crianças, eu fui alfabetizada em casa, minha mãe que tem pouco estudo, estudou só até a 4ª série, me ensinou o pouco que sabia (alfabeto, números, continhas...). Aprendi a ler sozinha e tinha muita vontade de frequentar a escola, mas por morar no interior era meio complicado, pelo menos era o que me diziam. O tempo passou e fui morar com uma das minhas irmãs, mas nada de escola. Voltei para casa. Mudei para a casa de outra irmã, até que nas idas e vindas da vida, já com 8 anos, fui matriculada na 1ª série, numa escola particular da cidade de Frei Paulo. Foi um dia de muita alegria e medo também, pois diferente de meus colegas, era a primeira vez que eu entrava numa sala de aula. Procurei ser uma boa aluna e muitas vezes ensinava aos meus colegas, quando eles tinham dificuldade em alguma matéria. Vivi bons momentos, outros nem tão bons assim, mas estou aqui firme e forte ou nem tanto, relatando isso para vocês.
Tive bons professores que marcaram minha vida, cada um com seu jeito. Todos seguiam o livro didático, eram tradicionais, mas na 2ª série, "tia Lúcia" nos levava para a casa dela, lá aprendemos a fazer massinha de modelar, assistimos ao filme "O Rei Leão", para mim tudo isso era incrível, pois televisão era algo novo, já que na casa de meus pais não tinha energia. Na 4ª série eu adorava quando a professora pedia que eu copiasse as atividades no quadro, isso aguçava ainda mais a minha vontade de ser professora.
Quando tive que sair da escola para ir cursar a 5ª série (a escola onde eu estudava, na época, era só até a 4ª série) foi um choque, salas com 50 alunos, professores que não conseguiam, muitas vezes, controlar a turma. Confesso que chorei e não queria mais voltar, porém sabia que isso era impossível. Aquela, agora, era a minha realidade e eu tinha que enfrentá-la para poder ter um futuro melhor.
O que posso dizer para vocês é cada professor que passou em minha vida me inspirou de alguma forma, seja para seguir o seu exemplo ou nunca fazer o que eles fizeram. Mas uma professora em especial me inspirou muito, sempre acreditou em mim e me incentivava bastante, até hoje. Ela foi tão importante em meu processo de ensino e aprendizagem que se tornou minha madrinha, minha dinda Alê. Uma pessoa maravilhosa, uma profissional excepcional, que sempre ver o potencial de seus alunos e que os incentiva a serem cada vez melhores. E é isso que quero fazer pelo meus alunos, principalmente, por aqueles taxados de problemáticos.
Tem muito mais coisas, mas por hoje é só!